quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Livros me trazem coisas boas

Eu era um vendedor de livros em uma loja no shopping de Suzano em 2002. Tinha quase 15 quilos a menos, cabelos a mais, não ostentava barriga, mas a garota de cabelos castanhos nem quis saber de mim. Era o novo funcionário do estabelecimento quando a vi pela primeira no corredor do centro de compras. A garota trabalhava como vendedora em uma loja de roupas femininas.

Eu havia me formado em jornalismo há dois anos. Fazia pequenos trabalhos na área [foca] e não conseguia emprego fixo. Frequentava a livraria no shopping quase todos os dias e acabei pedindo trabalho por lá. Fui admitido. Na primeira semana de serviço li "Quem Mexeu no Meu Queijo" em poucas horas, em pé. Livros me dão sorte e me trazem coisas boas. Por outro lado, continuava insistindo em entrar na área jornalística. 

Isso acabou acontecendo depois de um tempo, quando uma jornalista foi ao estabelecimento. Falei sobre minha formação e a vontade de trabalhar na área jornalística. Me tornei repórter na dio Metropolitana. Valeu Marilei.

Pois bem, voltemos no tempo. A menina de cabelos castanhos que trabalhava ali no shopping continuava me despertando a atenção. Ela passava e eu, de polo amarela e calça preta [uniforme da loja], olhava seu caminhar através da vitrine. Ela voltava e eu continuava com os olhos nos seus passos. Não sei, mas o jeito dela ia me cativando. Ensaiei uma aproximação e certo dia tomei coragem. Não tive sucesso e levei um fora. Ok, depois disso, esqueci. Desencanei.

O tempo passou, sai do shopping, entrei na rádio, tive outros relacionamentos e outros empregos. O Brasil foi penta, Lula se elegeu e reelegeu, perdi cabelo, perdi namoradas e entrei no Orkut. Surpresa: foi nesse antigo site de relacionamento que reencontrei a menina do shopping, por acaso, no final de janeiro de 2009.

O mais estranho é que durante 7 anos [2002 - 2009], mesmo morando na mesma cidade, eu nunca me encontrei com a garota de cabelos castanhos. A foto do Orkut mostrava que a menina se tornou loira, mas o rostinho e os olhos eram os mesmos. Adicionei e puxei papo. O feedback foi rápido e ela disse que se lembrava de mim. Conversamos muito e cada vez mais tínhamos vontade de nos falar. 

Foram inúmeras mensagens de celular. E mesmo sendo de operadoras diferentes o fluxo não parava. Não existia whatsapp e o facebook ainda era verde. Nos encontramos em um domingo. Ela de jeans e sapato scarpin. Eu de camiseta preta e bermuda. A menina de cabelos castanhos fez uma revelação: disse que na época em que trabalhávamos no shopping, ela me via como um nerd. Respondi dizendo que ela continuava bonita. Conversamos muito e, praticamente, começamos a namorar no mesmo dia.

Desde estão nunca mais nos separamos. Nos falamos todos os dias durante estes 5 anos. Aprendemos muito um com o outro e juntos continuamos evoluindo
São anos de muito amor e carinho, completados dia 8 de fevereiro de 2014. 
Esta é uma história de livro, literalmente. E uma pequena homenagem a uma pessoa que me faz enxergar coisas novas todos os dias. A eterna menina de cabelos castanhos. Você, Carol, é a prova que os livros sempre me trazem coisas boas.Te amo, sempre. 
A primeira foto que tiramos juntos.           


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