Nesta
sexta-feira, 15 de novembro [feriado da Proclamação da República] as estradas
paulistas sentido litoral travaram, literalmente. Situação que não
é novidade para ninguém. Na minha
retrospectiva, acredito que é o primeiro feriado prolongado
do segundo semestre, sem previsão de chuva. Acho que boa parte dos
feriados caiu em sábados e em meio de semana. Pois bem, juntado com
o fato de que tivemos, nesta semana, recordes de calor em SP, era quase certo que todo mundo iria cair na
estrada. Quer dizer, ancorar na estrada.
Essa foi a
primeira notícia que tomei ciência nesta sexta-feira. Acordei cedo
e já nas redes sociais o assunto era o mesmo: trânsito nas
estradas. Na véspera, por volta das 19h30, a Mogi-Bertioga e demais
caminhos rumo à baixada já estavam com tráfego intenso. Mas daí,
talvez, tenha acontecido que que ninguém previu. Enfim, todos
pensaram o mesmo “Já que SP travou na noite de sexta, vamos pegar
estrada no meio da madruga ou bem cedinho”. Deu no que deu. Às
4h30 ninguém desenvolvia velocidade nas rodovias de acesso ao
litoral. E assim foi durante toda a manhã e início da tarde.
Acordei
cedo, antes de tomar nota das notícias, vi uma aranha em sua teia em
meio a vegetação no quintal da minha casa. Fotografei com o celular
e pensei “Feliz é a aranha que não precisa trabalhar no feriado”.
Algumas profissões necessitam que o profissional entre em uma escala
de plantão e trabalhe aos domingos, sábados e feriados. Isso
acontece com quem é da linha de produção de uma fábrica. Atinge
também o médico, o enfermeiro, o policial e o jornalista.
Reclamei
da situação quando vi a aranha apenas de forma jocosa. Só para
tirar onda. Não reclamo de plantões, não. Se escolhi essa profissão tenho que arcar com o que vem junto. Sempre soube que
trabalharia em feriados. Que perderia festas, casamentos e
churrascos. Normal. Talvez essa mesma consciência tenha as famílias
e motoristas que seguiram rumo ao litoral. Eles já sabiam do
transtorno a ser enfrentado. Sabiam sim. E, mesmo assim, enfrentaram.
Uma minoria desistiu. Só. Foram inteligentes?
É, acho
que inteligente e feliz mesmo é a aranha. Ela estica sua teia,
sem incomodar ninguém e, aguarda, com paciência, a presa se
enroscar na sua armação de seda praticamente invisível. Sem pressa. Sem congestionamento. Sem aborrecimentos.
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