segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Papai Noel no verão brasileiro

Lá vai ele sob o insano calor e agasalhado até a garganta. Eis o Papai Noel brasileiro. É justo o bom velhinho tupiniquim ter de derreter dentro do traje típico do polo norte em pleno o dezembrão com clima senegalês que vivemos por aqui? Todos os anos me pergunto isso. Acho que eu nunca seria Papai Noel por causa disso. 

Sou uma pessoa que sofre demais com o calor. Já relatei isso aqui no blog. Sou do tipo que idolatro o ar condicionado. Penso eu que não há como se defender das garras do verão. Vejamos. Com um frio de zero grau podemos vestir duas luvas, cachecóis e touca. E sob um sol de 40º? Só se ficarmos mergulhados em um recipiente com água até o pescoço e com pedras de gelo. Agora imagina o Noel e seu figurino?


O bom velhinho no Brasil tem de se cobrir como se estivesse gelo, sorrir pra criançada, tirar foto, e ver a neve de mentira cair na vitrine quente, enquanto no asfalto do estacionamento do shopping, lá fora, dá até pra fritar ovos no chão. Estes dias vi uma reportagem sobre um Papai Noel que recorre ao ventilador para trabalhar sob os 40º do Acre. Ele desenvolve sua função sentando e, bem ao lado, mantém o aparelho ligado no último. O forte vento esvoaça sua barba artificial e traz um frescor de mentira.

Agora, e se o bom velhinho viesse do Hawaí. Tatuado e de camisa florida?. Continuaria com as barbas brancas e manteria o ho, ho, ho. Nada de trenó e sim prancha de surf. Nada de renas. Ele poderia até usar um velho bugue vermelho para entregar os mimos. Regata, chinelos de dedo e óculos escuros.
Seria ótimo para nós. Papai Noel do litoral. E o velhinho queimado do Sol percorreria fácil pelo comércio da 25 de março, em São Paulo, ao meio-dia. Ficaria leve em Goiás e não se incomodaria com o sol quente de Manaus. Bastava aplicar o protetor solar. É claro que não seria a mesma coisa. Pensando bem, acredito que existem coisas que só são como são porque sempre foram como são. E não seriam se fossem diferente de como são. (pessoal, eu estou são escrevendo isso, ok?)

Não adianta. Papai Noel tem de ser do Polo Norte mesmo e continuar sofrendo no calor aqui no Brasil como o figurino. Certa vez durante a produção de uma matéria eu perguntei a um Papai Noel sobre o calor intenso de ficar com aquela roupa quente. E ele respondeu que o olhar e o sorriso das crianças lhe refrescavam o espírito e o corpo. É, ele tem razão. E se um dia minha esposa pedir para eu me vestir de Papai Noel para o meu filho [quando eu for pai], com certeza, eu o farei em pleno calor de dezembro. Feliz Natal a todos.


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